Em 1931, a editora francesa Grimaud passou a editar, sob orientação de Paul Marteau, um jogo de Tarô que reproduzia os valorizados moldes gravados por Nicolas Conver. Tornou-se uma das edições mais divulgadas do Tarô em todo o mundo. Esse é o motivo pelo qual a empresa France Cartes, a única grande fabricante de cartas de jogar que ainda resta na França, continua a editar as mesma versão com a marca original “Grimaud”.
Assim Paul Marteau apresenta a edição que preparou a partir de 1928: "Este Tarô é o que foi editado em 1761 por Nicolas Conver, mestre fabricante de baralhos em Marselha, que tinha conservado chapas de madeira e o colorido de seus predecessores remotos. É atualmente editado por B. P. Grimaud, que recebeu a sucessão de Conver e pôde assim continuar a impressão do Tarô tradicional sob sua forma original". |
Esse desenho é também o mais conhecido por nós que compramos baralhos produzidos no Brasil. A editora Pensamento reproduziu de modo limpo e fiel o gravado “Grimaud”, mantendo inclusive os descuidos de Paul Marteau com relação às cores de importantes detalhes. As cores básicas utilizadas nessa versão não são as mais antigas. Uma explicação para a redução do colorido anterior às “chapadas” cores básicas azul, vermelho e amarelo (que são as únicas nesse tarô, além da “cor de carne” e poucas aparições do verde-escuro) é que, em meados do século 19, tornou-se possível imprimir em cores, o que, no caso do tarô, substituiria com vantagem a antiga técnica de imprimir o desenho e colorir cada carta à mão; mas as máquinas da época só eram capazes de imprimir quatro cores... Essa adaptação artificial de cores acabou por se tornar padrão e criou muitos equívocos de interpretação. É por essas e outras razões que, nas últimas décadas, começaram a aparecer outras restaurações com a finalidade de devolver mais cores às lâminas e acentuar detalhes que foram negligenciados por Paul Marteau ao preparar as referências para a Editora Grimaud. |